A Morte

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Bom dia! :-)

Esta é a minha maneira preferida de olhar para a carta da Morte: a fênix do renascimento. A cada dia, quando dormimos, mesmo sem ter a consciência disso, morremos para renascermos no dia seguinte. Saber morrer constantemente durante a vida é saber que os ciclos começam e terminam, e somente assim conseguimos nos renovar, renascer, recomeçar. Não saber morrer é se agarrar ao passado e não permitir que venha o novo. Isso ganha uma dimensão ainda maior e especial se não conseguimos deixar morrer em nós o que não faz mais sentido e é sobre isso que vou começar a escrever nesta postagem.

Todos temos o hábito de repetir a expressão: "eu sou mesmo assim" ou "não tem jeito, tenho esta tal característica". É como se houvesse um "eu" imutável, incapaz de se transformar, de se manifestar de outra forma que não aquela já tradicional e conhecida. Isso é limitar por demais um ser humano! E quem está fazendo este discurso do "eu sou assim" é o ego, não a essência do ser.

Existe uma visão errônea sobre o singificado da expressão ego. Constantemente, as pessoas usam essa palavra como sinônimo de vaidade. "Fulano tem um ego enorme" quer dizer "fulano é muito vaidoso". Mas este não é o verdadeiro sentido desta palavra. Ego é a estrutura de ser, é o eu dominante que, de um modo geral, pretende se perpetuar como única expressão daquele ser. Pessoas com o ego muito forte são pessoas que se apegam a uma imagem de si - seja ela boa ou ruim - e não acreditam que possam ser de outro jeito.

Quando eu digo "eu sempre fui ansiosa" ou "eu sempre tive um gênio brabo", estou me condenando a repetir atitudes negativas, que prejudicam a mim mesma em primeiro lugar, para o resto da vida. Estou estagnando, estou engessando qualquer possibilidade de ser diferente. Sim, eu sempre fui ansiosa, mas fui ficando mais ansiosa conforme os anos foram passando e as responsabilidade aumentando. E, ao perceber isso, decidi que quando os primeiros sintomas da ansiedade aparecem, minha primeira atitude é parar tudo, respirar de forma pausada e profunda, e dizer para mim mesma: nada pode ser mais importante, neste momento, do que o meu bem estar. Então desacelero, reduzo a velocidade interior e faço o que tiver que fazer de uma forma tranquila, porque nada, absolutamente nada, pode ser mais importante do que eu estar me sentindo bem. Sim, sempre tive um gênio brabo, mas a partir do momento em que concluí que ninguém é obrigado a aguentar minhas explosões, passei a contar até 50 quando algo me deixa indignada, passei a olhar para os outros de forma mais generosa e paciente. Vejam... Não estou negando minha natureza ansiosa e geniosa, estou, ao contrário, dizendo que por enxergar e reconhecer tais características em mim e não aceitar que "isso sou eu", quero ser diferente... quero pensar, sentir e agir de forma diferente. Porque a minha essência é algo bem melhor do que isso. Acabei de descrever o sentido mais profundo da carta da Morte: ser capaz de deixar morrer o que não faz sentido, mesmo que seja algo que durante muito tempo identifiquei como sendo "eu".

Como hoje é uma segunda-feira regida pela Lua, quando falamos de questões de magia e espiritualidade, minha proposta é realizar uma transformação mágica em relação ao eu e à vida, varrendo e podando todas as características que não estão a favor do crescimento humano. Proponho também uma conexão espiritual que faça surgir o verdadeiro eu, aquele que expressa a essência, e não aquele resultante da personalidade que foi construída através de condicionamentos.

Vamos nessa que hoje teremos um árduo trabalho pela frente!

PS: Sobre a semana... teremos dois Arcanos Maiores, somente uma carta de Espadas e quatro cartas de Copas, o que me leva a crer que nossas emoções serão o foco principal a ser trabalhado.

A imagem veio daqui

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