A Justiça

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Bom dia! :-)

Mais uma virada de dia em que não consegui postar o Via Tarot em função do sono asurdo. Não era ainda 11 da noite e eu já estava sem condições de raciocinar. Então me permiti uma boa noite de sono e deixei para hoje fazer a postagem, concluir perguntas e outras coisinhas do meu trabalho com o tarot.

Ontem, ao contrário do que eu imaginava, não tivemos desabrigados na escola. Isso e mais a quantidade de telefonemas que recebi durante toda a tarde, de pais de alunos perguntando se a creche vai começar a funcionar na quarta-feira mesmo, foram fatos que me deixaram pensando... As pessoas criaram uma situação de pânico geral na cidade, como se todos estivessem em perigo, muito - mas muuuuito - maior do que era na realidade. Mesmo eu, que saí por aqui no domingo, e vi que os lugares atingidos eram as áreas de várzea de sempre, achei que a situação era bem pior de tanto ouvir e ler as pessoas falando como se estivessemos em estado de calamidade

Tudo isso me fez questionar: o que é a verdade? Como é tênue a linha que divide a realidade da visão particular que cada um é capaz de ter... Em diversas situações da vida eu fiquei boquiaberta com a descrição de fatos, que alguns conhecidos fizeram, que eram muito diferentes dos fatos que eu presenciei, pois estávamos juntos. Levando-se em conta que eu sabia que a tal pessoa não era louca, a conclusão é que cada ser humano enxerga cada coisa de forma muito peculiar e estamos longe de encontrar o que se chama de "verdade absoluta".

E o que tudo isso tem a ver com a Justiça? Simples... Se não somos capazes de perceber uma "verdade absoluta", como podemos ter um senso de justiça pleno? Quantas vezes eu vi pessoas clamando por justiça e eu fiquei pensando que se a justiça acontecesse de verdade, seria aquela pessoa a mais castigada? Mas certamente não era esta a visão de realidade que tal pessoa tinha... O que também não quer dizer que a minha visão era a certa...

Justiça é um conceito muito - muito! - complexo. Creio eu que o senso de justiça acaba sendo, simplesmente, uma questão numérica, ou seja, aquilo que a maioria entende como sendo justo. Algumas vezes, este senso de justiça é tão particular ou relativo a pequenos grupos, que perde a lógica e o bom senso. Para exemplificar, vou, novamente, usar a situação da enchente em São Lourenço: justiça, pra mim, seria o governo indenizar os moradores das áreas de várzea, possibilitando que eles construam outras casas em lugar seguro, já que foi o governo que liberou os terrenos inadequadamente... Para os moradores, justiça seria o governo dar um jeito de a água não chegar até a casa deles, porque eles não querem mudar de casa... Para o governo, talvez, justiça seja não chover tanto na nascente do rio e não existir mais tromba d'água... Vai saber! Porque entender a cabeça dos governantes talvez seja a parte mais difícil.

De qualquer forma, como estamos em uma terça-feira de Marte, com uma energia cheia de atitude, e a carta da Justiça está regendo este novo ciclo, é provável que a Justiça (a Divina) se manifeste de alguma forma. Mas como ela funciona de forma bem diferente da justiça humana, a melhor forma de lidar com isso é compreendendo que tudo que acontece, só acontece porque, de alguma forma, permitimos, seja consciente ou inconscientemente. E que precisamos aprender algo com isso.

Então, que o dia seja de bons aprendizados!

Ótima terça para todos nós!

A imagem veio daqui




2 comentários:

Juliana disse...

Perfeito, Claudinha! Aliás, existem até experimentos científicos na área de comunicação sobre essa questão de como cada pessoa recebe (e reproduz) mensagens e situações, né... a famosa Teoria da Recepção. Eu me lembro de que, quando morava em SP, pedia para a minha mãe parar de assistir aqueles programas de notícias sensacionalistas da tarde, pq toda vez ela me ligava do interior em pânico achando que toda a cidade estava embaixo d'água, ou sendo invadida por gangues urbanas, ou que todos os habitantes estavam presos em túneis engarrafados sem oxigênio e por aí vai... rsrs

Enfim... isso tb me faz refletir muito sobre como as informações chegam até nós, e tb sobre que tipo de consciência e opinião coletiva isso ajuda a criar. Normalmente, minhas conclusões não são muito positivas... rsrs. Por isso é bom sempre fazer esse tipo de reflexão e questionamento. Que dona Justiça nos traga objetividade e serenidade para tal!

Beijos (e que bom que as coisas não estão tão mal aí!) ;)
Ju

Anônimo disse...

Oi Via, oi Cacau !

Bom, um dia de Justiça!!
Sua postagem me lembrou um conselho que recebi alguns anos atrás e que vale a pena dividir com vocês.
Certa vez, estava passando por uma situação complexa, lembro-me que ao picar os quiabos de Xangô (orixá da Justiça), uma querida Yalorixá falou: "Nunca peça Justiça ao orixá Xangô se você não tiver certeza de que está, pelo menos, 100% correta na sua questão". Me perguntei: como vamos saber se estamos sempre certos se não soubermos pesar os dois lados? Difícil... Mediante a tal sabedoria desta mãe ancestral, ao clamar a minha contenda por Xangô, resolvi fazer diferente: "Meu amado Orixá de Justiça e Verdade, não possuo sua sabedoria, nem direitos para julgar ninguém. Tú és o detentor do Oxê (o machado de dois gumes), tu és o guardião da Justiça Divina, entrego a ti esta causa, pois não sou capaz de fazer isso sozinha. Humildemente, reconheço a minha insignificância perante a ti para julgar ações e pessoas, por isso estou aqui para te entregar o meu pedido".
Portanto, o que esta amada e querida Yá me ensinou é que devemos reconhecer a nossa deficiência, a incapacidade de julgar as situações, pessoas e coisas, reconhecer a nossa inferioridade em apontar o dedo para os outros, bater no peito de que somos perfeitos para isso.
A Justiça é uma carta feminina e uma das maiores percursoras da Justiça no panteão africano é Obá. Vejo-a claramente na figura: firme, fixa, atenta,séria, concentrada e com a espada em riste para qualquer um que a clame se assim merecer. Obá conquistou tudo por merecimento próprio. Seu amor e fidelidade eterna ao Rei Xangô fez com que este repartisse com ela parte de seu poder para reger sobre a Justiça.

Abraços e que sejamos merecedores da Justiça Divina!