domingo, 8 de novembro de 2020
Um fato que aconteceu hoje, logo pela manhã, me fez ter vontade de conversar um pouco sobre as cartas que mostram pessoas, sejam eles personagens da corte ou Arcanos Maiores. Ao ver que o Arcano do Dia era o Imperador, carta que eu associo ao meu amado consorte (também associo o Rei de Ouros, devido ao ascendente capricórnio muito forte que ele tem), ele disse "ontem, saiu você... hoje saio eu..." Porque ele sempre me associa à Estrela (veja você, que interessante!)
Tenho certeza de que todo mundo, em determinado momento, já se identificou com algum Arcano Maior ou algum personagem da corte. Isto é frequente... Mas é importante perceber duas coisas: 1) mudamos de personagem/Arcano com o passar do tempo e as vivências que vamos tendo 2) as pessoas podem nos ver de uma forma completamente diferente, o que é apenas a expressão da realidade, pois todos nós já fomos surpreendidos por isto em algum momento da vida.
Eu já fui associada à Sacerdotisa, à Força e à Temperança por outras pessoas em diversos momentos da minha vida. Mas eu mesma só me vi como Sacerdotisa e Imperatriz até hoje... No caso da Imperatriz, menos por conta da maternidade e mais pelo fato de ter conseguido criar, materializar, lidar bem com a parte concreta da vida, depois de tanto tempo só deslizando "do lado de lá" como Sacerdotisa. Fico toda boba com o consorte me identificando com a Estrela, que considero um sonho de consumo a ser alcançado...rs
Pois bem, agora vem a pergunta que não quer calar: por que tantas diferentes perspectivas? Por que a mesma pessoa se vê de determinada maneira e cada pessoa em volta dela consegue enxergar algo diferente? Há muitos anos eu digo isto: não somos a mesma pessoa o tempo todo e nem com todas as outras pessoas. Nos definimos a partir das relações. Portanto, a coisa mais frequente que existe é conhecer uma pessoa e se surpreender com diversas versões dela no decorrer da vida e conforme ela se relaciona com diferentes pessoas. Talvez, com você ela permaneça agindo da mesma forma... Mas se você puder analisar seus namoros, casamentos, como trabalha, como cria os filhos... verá uma quantidade razoável de "eus" desfilando na sua frente.
Em várias vezes que eu expliquei este processo, ouvi pessoas dizendo "ah, comigo não... eu sou sempre a mesma pessoa..." A isto eu chamo de resistência do ego! Somos seres diferentes de acordo com as pessoas com quem nos relacionamos. E é bom prestar atenção neste fato para compreendermos que o conceito de "eu" como algo fixo é totalmente ilusório!
Bem, depois deste momento filosófico, vamos falar da nossa visita de hoje. O Imperador é Aganju! É a estrutura que se quer, é a estabilidade necessária para que possamos, a partir daí, trazer à tona todas as mudanças, danças, improvisos. O Imperador é a percussão que marca o ritmo para que se possa criar todas as variações a partir daí. O Imperador é a base, a estrutura, a praticidade, a organização, a segurança. Tem gente que gosta de chamar isto tudo de rotina e chatice, eu prefiro chamar de amor.
No domingo, dia da semana regido pelo Sol, dia de autoconhecimento e trabalho interior, o Imperador chega por aqui para trazer firmeza neste processo de cura e percepção de si, mas ele também vem como um conforto... algo como o colo e o aconchego nestes tempos tão loucos. É bom ter solo firme para caminhar!
Que o domingo seja confortável!
A imagem veio daqui
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