Bom dia! :-)
Pessoas queridas, preparem-se que hoje teremos histórias para contar! Muitas! Variadas! Aprofundadas! Como ainda estamos em ciclo de Carro, repito a frase da segunda-feira: apertem os cintos! A viagem vai continuar! ;-)
Em primeiro lugar, podem elogiar esta imagem! Linda, né? Adorei! Ela é a primeira de três imagens que vou publicar hoje, porque fui inspirada em três frentes de observação diferentes em relação ao Ás de Paus.
Vejam que um anjo carrega uma tocha, vindo de cima, do céu, para baixo, para a terra. Temos aqui, então, um fogo celestial! É a centelha divina que nos anima, que nos traz entusiasmo, grandes ideias, inspiração, conexão com o que é Divino.
Um Ás de Paus pode representar esta conexão com a nossa essência, com o Deus Interior que existe dentro de cada um de nós. É quando temos uma ideia brilhante e ela parece ter vindo de outro lugar e não do nosso racional. Podemos pensar em um fio luminoso que nos liga com algo maior do que a nossa personalidade, que é o "Deus em mim". Ele também é entusiasmo cuja origem linguística quer dizer "deus dentro". Portanto, no Ás de Paus podemos relembrar da nossa ligação com o Todo e despertar a centelha divina que há em nós.
Já na segunda imagem, vamos ver o fogo telúrico, tradicionalmente representado por dragões ou serpentes (kundalini). Ele vem de baixo, da terra, e sobe ao céu. Ele percorre os chackras e vai iluminando cada um deles, do básico até o coronal. Sempre que imagino isso, em minhas meditações e visualizações, fico envolta em encantamento! Vejo mandalas coloridas e luminosas despertarem e vibrarem energia pelo meu corpo! É uma experiência maravilhosa!
O Ás de Paus pode ser tanto o caduceu, o emblema de Hermes (um bastão com duas serpentes ascendentes entrelaçadas), que retrata exatamente tudo que acabei de descrever: a subida de kundalini. Como pode ser o bastão do poder, aquele que os magos usam (a varinha de condão das fadas, a varinha mágica do Harry Potter...rs), que serve para direcionar o poder. Ele pega esta energia de fogo que se acumulou nele mira (na fé e rema! rs Piadinha de bastidores...rs) e envia para transformar, aumentar energia, fazer acontecer!
Aqui temos o aspecto sexual e fálico do Ás de Paus, temos a energia vital em forma de desejo, paixão. Levando-se em conta que estamos em uma sexta-feira de amorzinho, isso pode querer dizer muita coisa! Tudo vai depender do que cada um resolver fazer com o seu bastão! (ops! rs) Uma coisa que sempre achei muito legal em meus estudos de alquimia, tantra, bruxaria, práticas taoístas é que existem informações ali tão claras e evidentes, que me parece estranho que as pessoas não percebam. Mas não falo um perceber racional, somente informativo, porque isso qualquer pessoas com dois neurônios faz... Estou falando de absorver o conhecimento e trazer para a vida prática. Não entendo... Nunca entenderei! Eu viveria aquilo lá por algumas (muitas) encarnações com uma imensa gratidão! Acho, inclusive, que já vivi!
E, finalmente, temos o Ás de Paus que nem veio do céu e nem da terra, mas que vibra na superfície, expresso através da natureza. Quando olhei esta imagem, fiquei rindo sozinha para a tela do computador pensando na varinha olhando pro sol e falando "ET phone home"...rs É mais ou menos por aí! O Ás de Paus é o representante do sol e também uma manifestação do sol do interior da terra, já que ele começou como uma semente, criou raízes e emergiu.
O Ás de Paus que é símbolo de fertilidade, de semente que dará flor e fruto, de ciclo que se inicia e manifesta. Olhando a imagem também imaginei que o salto que o alce poderá dar, por sobre o despenhadeiro, é o impulso do Ás de Paus, é o que faz a gente se mover, mexer, criar, imaginar.
Alguém percebeu o quanto gosto deste Arcano? :-)
Então, como a sincronicidade me acompanha desde o nascimento, vou aproveitar e copiar para vocês aqui um trecho do livro que estou lendo e que por acaso li um pouco antes de vir fazer a postagem. Senti nele a energia do Ás de Paus voltada especialmente para as mulheres (desculpe meninos, nada pessoal, mas é que este é um livro de xamanismo feminino, tá? Continuo amando vocês!)
"Eu a olhava intrigada e ela continuou:
- Acreditamos no cérebro, um rei que nós mesmas entronizamos. Obedecemos-lhe e acabamos escolhendo estacas intoxicantes, como por exemplo o medo do sucesso, do fracasso, da morte; ou não nos achamos suficientemente boas. Sentiu-se assim no alto do desfiladeiro. Teve que ser incentivada, além dos limites impostos por seu rei, para ver que seu autoconceito era uma ilusão. Era o seu vício, e ele a impedia de crescer em direção a seu próprio mistério, seu próprio esclarecimento. A mesma coisa aconteceu na trilha. Se um apego não funciona, você encontra outro, novo. Teve medo de saltar sobre o abismo, mas acabou saltando e, novamente, superou seus limites autoimpostos. Quando os espíritos de la caldera ofereceram-lhe um tesouro, não conseguiu acreditar que o merecia.
- Por que não consegui, Zoila?
- Porque não se considerou merecedora de tal riqueza. E o que aconteceu em seguida? Escorregou e machucou suas costas. Sabe por que?
- Não.
- Porque tem medo de assumir seu poder. É uma coisa que merece ser vista. Afastou-se de seu poder. Parece simples. Perdeu a fé em sua própria capacidade. Essa contração de energia manifestou-se como uma profunda dor em suas costas.
Comecei a soluçar descontrolada. A umidade da névoa, as gotas da cachoeira e o meu suor juntaram-se às lágrimas, caindo na lama. Tentei movimentar-me para a frente, mas a parte superior do meu tronco não se mexeu. Balancei-me, perdida em espasmos.
- Sinto muito por decepcioná-la - lamentei
- E agora vai se punir ainda mais. É o Rei Cérebro falando incessantemente. Você é muito inclemente consigo mesma, um grande vício de muitas mulheres. O Rei Cérebro gosta de destruir você, não? Seu medo de deserção é um dos maiores chicotes dele. Sua necessidade de aprovação é outro. Todos esses vícios fazem com que seu poder se perca e você acaba sucumbindo.
- O que posso fazer, Zoila?
- Tem a sorte de ter passado por essas provações, essas lições, pois uma nova sabedoria está a sua frente. Tenha orgulho de si mesma e do que conseguiu. Deixe de lutar agora. Você mesma se emboscou. Às vezes, uma orientação é útil - olhou-me perfeitamente calma.
- Vai me orientar? - perguntei
Apoiando o cajado na lama, ela pulou do tronco apodrecido em que estava e caminhou em minha direção, não afundando mais que uns dois centímetros. Não consegui entender.
- Zoila, por que você não está afundando?
- Existe um truque, é claro, de como caminhar sobre esta lama. Entretanto, não é coisa que se explique com palavras. Só pode ser percebida no coração e no ser total. - Estendeu-me a mão e a peguei - Agora, não lute comigo. Não pense. Limite-se a puxar minha mão, gentilmente, e deixe que eu a puxe para cima e para fora. A lama irá deixá-la, se você a soltar.
Puxei a mão dela e segui seu conselho da melhor maneira que pude. Nada parecia acontecer, nenhuma vitória de tipo algum sobre aquela poderosa areia movediça. Eu estava quase desistindo, quando olhei para o rosto de Zoila. Vi uma força indescritível em seus olhos. Ouvindo um som de sucção, comecei a me libertar. Quase apavorada, agarrei o braço de Zoila com a outra mão. Estava livre." (A Mulher Jaguar - Lynn V. Andrews)
Ao ler este texto, dei um profundo suspiro. Fechei o livro. Fechei os olhos e agradeci pelo fato de sentir que o verbo já está no passado: "nossa! Eu era, exatamente, assim!"
Ótima sexta-feira para todos nós (e nossos poderes) :-)