Reflexões sobre um dia de Roda da Fortuna na vida de uma pessoa ansiosa

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Resolvi escrever um pouco sobre a influência da Roda da Fortuna em termos práticos. E faço isso menos como taróloga e mais como uma pessoa ansiosa que tem conhecimento sobre o tarot. Espero que, ao compartilhar minhas experiências deste dia, possa também colaborar com todas as pessoas que passam por aqui e se inspiram nos Arcanos para lidar melhor com suas experiências pessoais.

Sempre que a Roda da Fortuna aparece pensamos em viradas e mudanças de ciclos, mas muitas vezes nos esquecemos que a energia deste Arcano é intensa, rápida e instável, ela oscila, ela traz experiências do tipo "agora é... agora não é... agora parou tudo, agora acelerou". E tudo isso costuma gerar ansiedade também, mesmo que as mudanças sejam positivas.

Ontem, encerrei meu dia muito cansada, gravando consultas até tarde. Hoje, acordei relativamente cedo e tive que encarar arrumação de casa, respostas de emails solicitando consultas, o quintal seco e as plantinhas implorando por água. Junto com isso, eu, pessoa ansiosa que sou, comecei a prever a carga de trabalho na escola, as encrencas que a Secretaria de Educação costuma jogar pra cima da gente nesta época do ano e o fato de que alguns clientes de tarot já confirmaram o agendamento e outro ainda não, com o risco de ficarem sem suas consultas marcadas para este ano. Sei que eu não tenho nada a ver com isso, mas, como disse, sou ansiosa e já fico prevendo que algumas pessoas, apesar de não confirmarem a consulta, mais adiante me escrevem, agitadíssimas, com o famoso "mas eu estou precisando agoraaa!" rsrs

Tudo isso junto, fez com que eu saísse de casa sem almoço e com um nervoso acima do normal, acima do recomendado para a saúde física e mental. Chegando na escola, uma sucessão de problemas; reclamações em decorrência de decisões da Secretaria de Educação (eles decidem, nós ouvimos... é sempre assim); o telefone que não parava de tocar, principalmente por conta de mães que não leem os bilhetes que as professoras mandam e depois querem saber por telefone informações que o setor administrativo da escola não tem como responder; professoras pedindo favores urgentes, quando sabem bem que a Direção já estipulou horários e prazos para fazer isso; mães querendo desabafar problemas, funcionários que não estão tão ocupados quanto nós, da secretaria, querendo jogar conversa fora e, para coroar o dia, uma mãe que tem o hábito de "esquecer" que o horário de saída é às 17h 20min e adivinhem quem é chamada para telefonar para a mãe e pedir para que ela faça o que já é sua obrigação? Sim, claro, a criatura que trabalha na secretaria.

Meu colega de trabalho, que faz o turno da manhã, afirmou com todas as letras que este foi o pior dia de trabalho de 2016. Eu não tenho esta certeza, mas certamente foi um dos cinco piores. A agitação comum de todo final de ano, um calor abafado, a falta de sensibilidade e consideração de alguns colegas de trabalho que preferem ignorar nosso volume de serviço e nível de stress, uma Secretaria de Educação que primou, do primeiro e - ao que parece - até o último dia de mandato, pela desorganização, confusão, por mudar as regras do jogo no meio do caminho (alerta Roda da Fortuna!) e empurrar para as escolas a resolução dos conflitos... Uma quantidade de coisas que certamente estragam o dia de qualquer pessoa, mas certamente estragam ainda mais o dia de pessoas que são, como eu e meu colega, ansiosas, responsáveis, defensoras do que é justo e que tentam ser prestativas a maior parte do tempo, mesmo que não recebam o mesmo tratamento das pessoas em volta. No entanto, dentro do princípio que procuro seguir - 100% de responsabilidade - eu me permiti cair em armadilhas.

O resultado de ter entrado nesta Roda, em seu pior aspecto, foi um dia marcado pelas mãos tremendo logo ao entrar no carro para ir para o trabalho e uma dor de cabeça insuportável ao sair dele. Mas nem tudo está perdido! No caminho para o carro peguei chuva e deixei a água literalmente esfriar minha cabeça. No trajeto para casa, com paradas na quitanda e na padaria, procurei me concentrar no que estava fazendo e relaxar o corpo, a mente e as emoções. Quando cheguei em casa, fui para o quarto, olhei pela janela e vi plantinhas felizes molhadas de chuva. Respirei fundo e percebi que estava bem mais calma.

Os Arcanos são energia. Os Arcanos não são fatos específicos. De acordo com a forma que estamos, de acordo com a forma com que nos trabalhamos internamente, vamos perceber e vivenciar diferentes aspectos de cada Arcano. Hoje, eu me permiti cair na ansiedade, indignação, irritação... Então, vivenciei a Roda dos altos e baixos... Quando conseguia engrenar em uma tarefa, era interrompida, atrapalhada, provocada... e depois voltava ao serviço e depois era interrompida de novo. Se eu tivesse conseguido equilibrar minha mente e minhas emoções logo cedo, talvez tivesse aberto a possibilidade de receber de presente uma virada da Roda que fosse uma verdadeira Fortuna. Mas não consegui. Não podemos culpar os Arcanos pelos nossos erros e nem justificar nossos erros através da presença dos Arcanos em um jogo. Assumir 100% de responsabilidade é isso.

Agora, mais calma e harmonizada, sorrio para meu quintal e penso "vamos ver se nestas últimas horas do dia, vibrando uma energia mais positiva e grata, eu consigo receber minha Fortuna, porque o mundo dá voltas e a Roda gira." :-)


2 comentários:

Marta Carvalho disse...

Ainda bem q a minha consulta ja está confirmada, diminuindo o seu Stress. Me alegro em poder conhece-la melhor, pois seus textos me ajudam muito. E recebi Fortuna ontem 😉Por ficar atenta apesar da dor de ouvido do resfriafk é dor de cabeca fenomenal...tudo pra dar errado nao é? Beijao é aguardo ansiosa vc o arcano de hoje

Unknown disse...

Que lindo!! Adoro a forma como escreveu, e por aqui foi algo do tipo tbm em terms de Energia, mas que ao aquietar a mente, parece que vemos com outros olhos ;)