4 de Paus

domingo, 10 de novembro de 2013

Bom dia! :-)

Depois da rodada dupla do Príncipe de Ouros e de todos os aprendizados que tivemos a oportunidade de ter com ele, chega por aqui um 4 de Paus mostrando as primeiras conquistas realizadas. E isso é muito auspicioso!

Chamo a atenção de vocês para esta imagem, que caiu tão perfeitamente para o que eu já estava imaginando, que tive a impressão que o ilustrador adivinhou meus pensamentos ou que a sincronicidade me brindou de forma muito especial. Não é 8 de Paus, mas também está trazendo sinais...rs

Na imagem, a moça com um vestido esvoaçante corre, vejam vocês!, por cima de uma ponte. Quem acompanha o meu perfil pessoal no Facebook vai se lembrar que na quinta-feira eu postei um trecho de um filme do Indiana Jones em que ele precisa dar o primeiro passo sobre um abismo para que a ponte apareça e permita a sua caminhada. E eu dizia que me sentia exatamente daquele jeito, tendo que primeiro confiar, sem ter nada de concreto pela frente, para que depois as coisas acontecessem na matéria.

Pois bem... Vejam que hoje eu já estou vendo a ponte! :-) "Evolution, Mr. Anderson", como eu e o sócio costumamos brincar, citando o agente Smith em Matrix...rs

Reparem que a moça se encaminha para um castelo e tem como companhia as borboletas que, tradicionalmente, representam a transformação. Tudo isso é muito significativo! O castelo é a proteção, é a estrutura estável que ela busca, mas sem perder a leveza, pois ela dança com as borboletas.

Uma interpretação constante em vários autores sobre o 4 de Paus fala de casamento. Algumas imagens mostram um casamento acontecendo dentro de um espaço demarcado com quatro estacas. Como hoje, domingo, costumamos falar de autoconhecimento e trabalho interior, a ideia é do casamento consigo mesmo, a união de ânima e animus dentro de cada um.

Durante anos estudei todas essas coisas e sabia teoricamente que esse casamento deveria acontecer dentro para que um casamento exterior pudesse acontecer. Mas era conhecimento teórico. Não conseguia trazer isso para a prática (olha o Príncipe de Ouros dando o ar da graça...rs). Hoje, refletindo com todos os aprendizados que a vida me proporcionou, percebo algumas coisas que deixam tudo mais claro.

Como sempre, falarei sobre a minha experiência de vida... Depois de fazer as pazes com o meu feminino, depois de superar traumas de infância e adolescência nas amizades com mulheres, quando eu sempre me sentia marginalizada e traída, depois de trabalhar a autoestima até a exaustão, percebi que, apesar do resgate do feminino em mim ser algo muito importante, era o meu animus que ainda causava problemas... Meu lado feminino se enfeitou, se curtiu, se achou uma graça, aceitou sentimentos confusos, administrou paixões avassaladoras, entendeu que era fundamental calar, mergulhar na escuridão do eu profundo... Mas o lado masculino continuava com uma rigidez tamanha! Continuava com um bloquinho na mão anotando meus rompantes, meus desejos, minhas carências e balançava a cabeça negativamente "tsk..tsk..tsk..." Ele exigia de mim coisas que eu não exigia nem dos homens! Uma fortaleza, um equilíbrio, uma perfeição racional inexistente sobre a face da Terra. Eu tentei de todas as formas acabar com isso: briguei, bati pé, reivindiquei meus direitos femininos, quase queimei meus sutiens meia-taça! E ele continuava impassível! Até que um dia eu falei pra ele: "você pode continuar com esta cara de repressor aí quanto tempo você quiser e eu só lamento que você não se permita sorrir, dançar e brincar... Azar o seu, que não vai viver a vida plenamente, como uma mulher sabe fazer" Primeiro ele fez cara feia, depois se isolou... O tempo passou e ele veio conversar comigo. E então eu dei um abraço de dissolução nele, mostrei que não dava para se ter controle de tudo o tempo todo e mostrei que nunca mais eu teria medo dele, mas, ao contrário, teria muito amor para lhe dar. A partir daí as coisas mudaram... Dentro e fora de mim.

O casamento interior é assim... Parece com o casamento exterior...rs Mas acontece nos cantinhos mais escondidos do nosso ser. E somente depois que conseguimos vibrar este equilíbrio, esta harmonia, estaremos, de fato, prontos para lidar com o outro fora de nós. No caso das mulheres - e é esse o caso que entendo melhor - conseguiremos que o homem que está ao nosso lado compreenda que não somos um anexo dele... Definitivamente, não saímos da sua costela! E ele poderá nos olhar como algo externo, independente e pleno. Como alguém que é capaz de viver sem ele, mas ainda assim, por puro amor, preferimos viver a vida ao seu lado.

Convido todos vocês a realizar, hoje, este casamento. Da maneira mais bela que puderem. Em uma praia, em uma montanha, dentro de casa cercados de incenso e flores. Façam um brinde e celebrem a união do feminino e do masculino dentro de vocês. Eu garanto que será uma experiência para toda a vida!

Ótimo domingo a todos. Especialmente ao sócio que se transformou na expressão do meu novo animus! ;-)

A imagem veio daqui

2 comentários:

Ann disse...

Claudia, que texto lindo esse de hoje! Um dos meus favoritos até agora, a identificação com suas palavras foi enorme. Obrigada, obrigada, obrigada.

Anônimo disse...

A chave que o Tarot nos oferece para o auto-conhecimento através do 4 de paus é a própria ação, pois é a resultante dos meus atos o espelho do meu ser, aquilo que eu realizo me realiza e aquilo que eu realizo que não me realiza não está em harmonia com aquilo que EU SOU.

O ser é capaz de modelar a si mesmo, isto é a essência da liberdade, sem isto não temos nada, não temos sentido e nem propósito.

Ou dito de outra maneira: O homem se define pelo seu projeto - Sartre.

Projeto implica em se lançar adiante.

Uma palavra-chave para o 4 de paus é conclusão, materialização. Concluímos a semana, concluímos uma fase de um projeto, Mercúrio retrógrado conclui hoje seu movimento de marcha ré.

Nossos atos geraram frutos e forjamos a nós mesmos pela ação.

Começamos a semana com o 4 e terminamos com o 4, do Imperador ao 4 de paus conseguimos realizar uma etapa de um ou mais projetos em nossa vida.

E não estamos de quatro, antes estamos com um alto nível de energia fruto das realizações que colocamos em ação nesta semana se soubemos bem aproveitar as energias expressas aqui no Via Tarot.

Ontem, por exemplo, a prática de passes mágicos me deixou com um nível tão alto de energia que foi difícil pegar logo no sono.

Arde em nós a chama da realização e o reconhecimento do trabalho efetuado com o 4 de paus.

Reconheço o meu valor pelas obras que realizei. Defino-me pelos meus atos. Torno-me a própria lei do carma na consciência derivada do agir.

Consigo perceber claramente o significado da frase:

Um homem se define pelo que ele faz e não pelo que ele diz que vai fazer.

O 4 estrutura, é estrutura, é corpo, solidez, trabalho, ter os pés no chão, é marcar e delimitar território.

O 4 diz, este é meu mundo, estou aqui, agora, firmemente agora na realidade, sou filho da realidade, pertenço a este mundo, a esta Terra, aqui é mesmo campo de batalha.

"Há um mundo de felicidade onde não há diferença entre as coisas, porque não há ninguém lá para perguntar sobre a diferença. Mas esse não é o mundo dos homens. Alguns homens têm a vaidade de acreditar que vivem em dois mundos, mas isso é apenas a sua vaidade. Só existe um único mundo para nós. Somos homens, e temos de seguir o mundo dos homens satisfeitos."

Sinto muito, me perdoa, te amo, sou grato.

F.A.