quarta-feira, 23 de abril de 2014
Bom dia! :-)
Eu acredito que quem acompanha o Via Tarot já tenha olhado para o Arcano de hoje e se lembrado de vários comentários que eu já fiz por aqui.
Em primeiro lugar, a primeira coincidência: o 2 de Espadas e o 8 de Espadas apareceram neste ano, até agora, o mesmo número de vezes por aqui. Foram cinco vezes! Em segundo lugar, novamente temos uma mulher vendada e a pergunta que não quer calar: o que é que não estamos enxergando?
Mas temos uma diferença bem significativa entre as imagens mais tradicionais do 2 e do 8 de Espadas (a que eu postei ontem não era tradicional): enquanto no 2 de Espadas a moça está vendada porém ativa, lutando ou dançando com duas espadas nas mãos, no 8 de Espadas a moça está amarrada ou, pelo menos, imobilizada, limitada em seus movimentos.
Isso nos mostra que o 2 de Espadas ainda não sabemos o que escolher, como decidir, mas temos liberdade. Já no 8 de Espadas não sabemos o que escolher porque as dúvidas internas são tão grandes que nos paralisam.
Eu, com a graça de todos os deuses, afirmo que hoje não vou levantar minha mãozinha! rs Estou inocente desta vez! rs Por aqui, apesar do cansaço e da síndrome de formiguinha (o sócio já me apelidou...rs), não existem conflitos internos profundos, dúvidas e angústias, amém. :-) Se alguém quiser fazer alguma confissão, sinta-se à vontade! ;-)
Pois bem...
A quarta-feira é regida por Mercúrio e com isso temos uma boa pista de que a grande dúvida envolve a auto expressão, a fala, a forma como nos comunicamos. Uma situação que ilustra bem isso é aquela em que a pessoa afirma: "eu não sei o que dizer!" Muitas vezes, é fato, ficamos sem fala... Mas outras vezes, nós sabemos muito bem o que dizer, só não sabemos como fazer isso! Ou, ainda, sabemos o que dizer, até sabemos como, mas e o medo? rs
Se nós associarmos uma emoção negativa a cada naipe, certamente o medo seria a emoção negativa de Espadas (a raiva a de Paus, a mágoa de Copas e o apego de Ouros... Pensei nisso agora, mas olha que essa linha de raciocínio "dá rock"...rs) E a presença dessas duas cartas de Espadas, com tantas semelhanças, por aqui nos mostra que tem um medinho pairando no ar. Por que?
Tema para meditação! E enquanto isso, vamos administrar as dúvidas, desviando o olhar para outra coisa mais bonita e interessante. Às vezes encontramos a solução nos lugares mais inesperados!
Uma ótima quarta-feira para todos nós!
A imagem veio daqui
2 comentários:
Hehe. Faz sentido com a agonia sem fim que estou passando desde o início do ano.
Mas o Dois de Espadas, pelo menos, não é dos piores. Enquanto no 2 dos outros naipes todas as coisas existem em potencial, porém ainda não manifesto ou realizado, no 2 de espadas também exitem todos os pontos de vista, pensamentos, ideias, em potencial. Mas é necessário que fiquem estáticos, parados, pois, caso contrário, um anularia o outro. (Neti-Neti).
Já o 8 de espadas lembra bastante o Pendurado, pois ambos falam de inação. Mas o Pendurado é inação por Sacrifício, o 8 de espadas é inação por dispersão (Júpiter em Gêmeos).
Só sei que, no meu caso, ao menos, eu fiz tudo o que poderia fazer a esta altura, então acredito que possa ligar o Fuck Off Zen Budista e não me torturar, já que não adianta de nada.
Engraçado que nós nos obrigamos a passar pela agonia, ansiedade e toda sorte de sofrimento psicológico para que não nos esqueçamos de que há uma situação a se resolver. Assim como a dor física existe para lembrar que há uma ameaça à vida orgânica. Mas, oras, se nós já fizemos tudo que poderíamos fazer, insistir na angústia é desperdício de energia.
Se a moçoila do 8 de espadas cair no desespero e ficar tentando de mover a todo custo, hora ou outra vai cair no 9 ou 10 de espadas. Aí é apenas sentar e chorar.
Criar falsos problemas é a predileção da mente para dar consistência ao que não existe: o eu.
Quanto mais rápido você resolver o que tem para ser resolvido menos problemas você terá acumulado em sua mente, livre então ela poderá trafegar pelo infinito, isto é aquela leminiscata que o Mago, arcano 1 do Tarot, este arquétipo mercurial, carrega sobre a cabeça.
A liberdade da mente é uma só, desaparecer, pois quando não há problemas acumulados para resolver ela própria torna-se vazia, silenciosa e, portanto, plena.
A utilidade da mente está no vazio, uma mente cheia é uma mente entupida.
Mesmo um intelectual não passa de um ignorante ilustrado.
Quem muito pensa não pensa, quem pensa bem está silencioso em si mesmo.
Parábola Zen:
Nan-In, um mestre japonês durante a era Meiji (1868-1912), recebeu um professor de universidade que veio lhe inquirir sobre Zen. Este iniciou um longo discurso intelectual sobre suas dúvidas. Nan-In, enquanto isso, serviu o chá. Ele encheu completamente a xícara de seu visitante, e continuou a enchê-la, derramando chá pela borda.
O professor, vendo o excesso se derramando, não pode mais se conter e disse:
"Está muito cheio. Não cabe mais chá!"
"Como esta xícara," Nan-in disse, "você está cheio de suas próprias opiniões e especulações. Como posso eu lhe demonstrar o Zen sem você primeiro esvaziar sua xícara?"
Sinto muito, me perdoa, te amo, sou grato.
F.A.
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