Rei de Espadas

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Bom dia! :-)

Pessoas, hoje vou convidar vocês para uma daquelas viagens quase interplanetárias...rs

Tudo começou quando eu dei de cara com esta carta! Olhei, olhei, fiz careta, prestei mais atenção. Meu primeiro questionamento foi: por que este Rei está macambúzio deste jeito? Olha a postura! Isso é postura de Rei?

Vejam vocês que eu comecei sendo bem pouco generosa com este monarca! (coisa feia, dona Cláudia! rs como diz meu filho...) Mas, como eu costumo dizer sempre, para amar algo é preciso conhecer bem esse algo. Sim, porque o ser humano tem uma tendência de desconfiar e rejeitar o que não conhece. Então, fui tomando intimidade com a imagem, reparando detalhes...

A espada é um instrumento mágico usado para captar e direcionar poder. Se ela está voltada para cima, podemos deduzir que está captando poder celestial, poder das ideias, do que ainda está na mente. Na imagem, vemos que ela está apontando para baixo, mais do que isso, ela está com a ponta no chão e o Rei se apoia nela com uma expressão de cansaço e, talvez, uma certa insatisfação. A primeira impressão é que todo o poder captado foi direcionado para questões materiais, concretas, e que, ainda que ele tenha sido bem utilizado, o Rei do Ar se ressente pelo fato - incontestável e imutável - da realidade não ser o reflexo exato do que foi idealizado.

Essa reflexão que acabei de fazer explica, em parte, a razão de o naipe de Espadas ser tão temido e conturbado. Platão está aí para confirmar: a realidade que vivemos é mera sombra de um mundo idealizado. A grande sabedoria é quando conseguimos olhar com generosidade para a expressão de nossas ideias plasmadas na matéria. A Terra é outra essência, ela não é Ar... Mas não deixa de ter a sua beleza. O mistério é saber deslizar suave e prazerosamente entre os quatro elementos, percebendo e agradecendo as maravilhas de cada um deles.

No entanto, parece que nosso amigo Rei não fez isso e podemos ver a representação disso na imagem. Reparem que além da coroa que está na cabeça dele há uma outra coroa acima. Ela provavelmente foi desenhada no encosto do seu trono, mas bem podemos imaginar que ela é uma coroa flutuante que paira acima do seu corpo físico, como os próprios pensamentos dele. Essa é a maior e mais brilhante coroa, como se a realidade jamais fosse alcançar as ideias, o que é ideal.

Tudo isso que falei deste Rei, em total sincronicidade com o que venho vivenciando, nos leva a concluir que buscar uma vida idealizada é caminho certo para a frustração, apesar de que não devemos deixar de ter ideais. São duas coisas diferentes. O que idealizamos é a inspiração e o que fazemos, concretamente, é a realização. E são duas coisas lindas, porém diferentes, cada uma com o seu valor.

Enquanto houver vida, haverá questionamento, dúvida, incerteza, discordâncias... Em relação a isso nada podemos fazer! Mas será que temos que esperar tudo isso acabar para podermos ser felizes? Para termos paz no coração, serenidade no olhar, tranquilidade nos gestos? Não precisamos ter todas respostas para sermos felizes. Não precisamos ser perfeitos, para sermos incríveis. Podemos olhar para uma dúvida e dizer: "não tenho a menor ideia do que quero fazer em relação a isso, mas posso ficar observando a coisa se desenrolar com um sorriso nos lábios". Isso é um outro detalhe: não precisamos providenciar todas as ideias, atitudes e resoluções... Que tal deixar que o resto flua de acordo as forças do universo vez por outra, só para variar um pouco? ;-)

Não há tempo a perder com bobagens ou com pensamentos torturantes... Mas também não há tão pouco tempo que não nos permita admirar as flores pelo caminho. Só por hoje. Só por esta respiração: inspira... expira... Sorri! E o seu mundo pode ser lindo, se você se permitir.

Sem mais! rs ;-)

A imagem veio daqui

4 comentários:

estrela do mar disse...

demais! um dos posts que mais gostei de ler. conseguir levar a vida com essa leveza mesmo diante do que poderia ser sentido como um peso, acho que isso é maturidade.

Fernando Augusto disse...

Bom dia, Vi(d)a!

Pensar é uma atividade rara, refinada e que exige alto nível de energia e de treinamento, pois se trata de lidar com o cérebro, órgão que para funcionar demanda mais energia que todos os outros do nosso corpo.

Um pensamento consciente demanda o mesmo esforço que o utilizado por um atleta de elite.

Quando eu jogava Xadrez em competições chegava a perder 1 quilo por partida devido a intensa concentração.

O Rei de Espadas é um mestre de Xadrez, ele percebe as possibilidades de uma dada situação com muitos lances de antecipação e isto é PREVISÃO. Previsão que decorre do cálculo mental e de uma intuição apurada.

A postura Dele é a do pensador, do homem debruçado sobre si, sobre a própria mente e que tem domínio sobre ela e por ela não se deixa levar. Ele é capaz de dar um passo atrás para analisar uma situação. Mercúrio retrógrado no céu é isto.

Não se enganem, pensar é raro, muito raro, uma qualidade que não decorre naturalmente, mas precisa ser cultivada através de foco e concentração.

Sinto muito, me perdoa, te amo, sou grato.

F.A.

Flávia Miranda disse...

Bom dia Via! Esse post me tocou direto no coração.
Ao dirigir pro trabalho hoje, vim ouvindo uma música que se chama Wonderful life, da Estelle. Não escolhi a música, ela veio, mas aproveitei muito e tem tudo a ver o seu post.
Terminei de ler com uma expressão muito forte dentro de mim.
Grata pela inspiração que teve. Me contagiou.
Somos um.
Muah!
F.

Tayná disse...

Gostei muito da postagem, Claudinha... Particularmente admiro muito este rei e sua rainha. E tenho algo a acrescentar: não entendo porque este naipe muitas vezes é descrito como tão negativo, e muitos gostariam que ele não existisse... rs. Mas acho Espadas essencial no tarot, sinceramente. São as espadas que cortam a ilusão... São as espadas da consciência! Ainda que muitas vezes seja difícil manipular a sua lâmina, lidar com esse naipe forma verdadeiros guerreiros...