2 de Espadas

domingo, 30 de março de 2014

Bom dia! :-)

Ouvi alguém aí falar "ah, não, de novo não! Outra carta de Espadas!"?

Calma, gente! Vou mostrar para vocês porque a presença do 2 de Espadas aqui nem é de todo mal...

Em primeiro lugar, vem a forma muito especial de olhar toda carta que aparece aqui no Via Tarot no domingo. Vejam: domingo, dia de regência solar, costumamos falar sobre o autoconhecimento e o trabalho interior. Então, toda carta que aparece por aqui neste dia da semana é vista como um caminho que podemos seguir para conseguirmos atingir a plenitude pessoal.

Com isso, podemos dizer que mesmo as cartas que são mais enjoadinhas, se aparecem no domingo, podem estar nos dando alguma dica para melhorarmos a nós mesmos ou resolvermos algum probleminha da vida prática.

No caso do 2 de Espadas, podemos pensar nas seguintes situações:

1) O problema é a dificuldade de enxergar a situação de uma maneira clara e por isso a reação é ficar perdida, sem saber o que fazer (desculpe por isso, galera... Mãozinha levantada...rs)

2) A dica é saber abrir um canal de debate de forma tranquila e bem articulada, sem deixar a coisa descambar para o bate-boca.

3) Ao invés de sentir a pressão de tomar uma decisão, aguardar o tempo certo para isso, levando-se em conta que o 2 de Espadas fala que nem tudo foi dito ou descoberto... E que quando o restante das informações chegarem, será possível tomar uma decisão mais sábia e eficiente.

Outra coisa que gostaria que vocês prestassem atenção é a imagem com a mulher de olhos vendados. Falei sobre isso essa semana que passou, no 8 de Espadas. Existem várias cartas que mostram pessoas vendadas. E - só agora notei isso - nas três mais marcantes (Justiça, 8 de Espadas, 2 de Espadas) trata-se sempre de uma mulher.

Fiquei aqui matutando se isso teria a ver com algo que, especificamente, o nosso aspecto feminino deixe passar sem ver... No caso da Justiça, todos sabemos, ela não enxerga distinção entre as pessoas e é aplicada indistintamente. Mas e no caso do 2 e do 8 de Espadas? Hmmm... Vamos meditar sobre!

Aliás, hoje será um dia de reflexão e meditação. Ontem ficamos o dia todo envolvidos com uma palestra maravilhosa que falava sobre os 7 Raios e os Mestres Ascensos... Algo assim fora de série! Envolvido por muita sincronicidade. Gratidão, Universo! :-)

Ótimo domingo para todos nós!

A imagem veio daqui

3 comentários:

Emanuel disse...

Sobre as mulheres vendadas...
Levando em consideração toda a carga cabalística dada por Waite para seu baralho - e aproveitada pelos artistas que se inspiraram no trabalho de Lady Smith - essas cartas tem forte conotação de aspectos Yetziráticos de criação sem precondição. Mas isso é papo pra outra hora, rs.

lilith disse...

Bom dia, queridos do Via! Bom dia, Claudinha!

Meu palpite é que são as emoções que turvam o olhar feminino, naquele momento em que o mental é esmagado sob o peso do sentimento e começa a criar coisas que não existem de verdade. Todo exagero foge ao centro. A meditação recobra o centro, mas ela precisa de uma baixa temperatura corporal para ser eficaz. Quanto mais em ebulição se encontra o emocional, mais ansiedade injetada nos sentidos, poluindo-os.

Beijo,
Lilian

Anônimo disse...

Quando fecho os olhos me abro para outros sentidos.

A mente (espadas é o reino da mente dentro dos naipes do Tarot) humana é paradoxal pois ela possui a capacidade de debater consigo mesma: podemos chamar isto de diálogo interno. Este debate conduz muitas vezes a um estado de dúvida que é aparentemente irreconciliável e de natureza desgastante (vemos que a Lua mingua na carta do dois de espadas). Duas linhas de pensamentos, logicamente bem estruturadas se defrontam de forma excludente. Por exemplo, 1 mais 1 é igual a 2 dentro da matemática, mas a filosofia pergunta: este dois é uma mera soma da qual não resulta nada de novo que já não estivesse contido nas unidades ou esta soma implica numa síntese, numa fusão de onde surge o novo, algo diferente que não existia antes nas unidades originais?

A lógica formal diz que um mais um é igual a dois e daí nada resulta de novo.

A lógica dialética já diz que da soma de dois elementos resulta um outro que traz uma novidade ainda não existente ou não manifesta.

Segundo Einstein, Deus não joga dados. Mas a mecânica quântica diz o contrário. E se às vezes Deus jogar dados e às vezes não?

Certezas absolutas no reino do pensamento, dogmas muito arraigados, apegos extremados a determinados pontos de vistas podem gerar muitos conflitos, confusão, desgastes e sofrimentos psíquicos. No dois de espadas vemos em muitos Tarots que as espadas se cruzam na altura do coração empunhadas de tal maneira que formam o clássico símbolo do pentagrama, símbolo do homem espiritualizado e símbolo de proteção onde os elementos estão reconciliados e equilibrados através do espírito. As vezes o conflito mental protege uma questão de ordem emocional. Subjacente ao conflito temos um desejo do coração, o que nos lembra a situação do arcano 6 do Tarot. A riqueza do dois de espadas é muito grande e aqui vou usar o Tarot de Waite, pois nele vemos elementos dos arcanos 2, 6, 8 e 18 do Tarot, o que torna sua interpretação mais complexa. Há vários elementos para serem analisados e considerados do ponto de vista do estudo, independente da linha intuitiva que se siga dentro de um jogo específico. A meditação sobre esta complexidade é muito interessante para o estudante. Não vou entrar nela aqui, deixo-a para o nosso Curso de Arcanos Menores do Via Tarot, mas notem que todos os arcanos maiores que citei são pares: 2, 6, 8 e 18, o que traduz a posição passiva, onde uma ação não pode ser tomada de imediato, mas ao mesmo tempo ela precisa ser tomada pois a tensão e a dualidade no campo psíquico precisam ser resolvidas de um jeito ou de outro. E ela só pode ser resolvida através do pensamento introspectivo, da auto-reflexão e do observar a si mesmo, por isto a personagem está vendada, pois o que ela precisa ver está dentro de si. Por isto escrevi no início:

Quando fecho meus olhos, em meditação, me abro para outros sentidos. Assim reforço o Tarot como um caminho de auto-conhecimento, onde a meditação é indicada através do símbolo de diferentes maneiras para lograrmos aquilo mesmo que estava inscrito em outro famoso oráculo: Gnose te ipsum. Conhece a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses.

Sinto muito, me perdoa, te amo, sou grato.

F.A.