10 de Ouros

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Bom dia! :-)

Começo a postagem de hoje com uma pergunta (respondam se forem capazes! rs): onde está a segurança?

Estará a segurança em ter um monte de dinheiro? Será que a segurança está em se trancar em um castelo, cercado de muros altos? Segurança é ter muitos amigos e um bom casamento? Quem tem acesso aos, ditos, "poderosos", tem poder?

Pois bem... O 10 de Ouros é uma carta de riqueza, estabilidade, proteção e segurança. Em alguns tarots, ela também é representada pela imagem de uma família bem estruturada. Mas a pergunta continua: através de qual situação nos sentiremos, verdadeiramente, seguros e protegidos?

O tempo e as circunstâncias, me provaram que não adianta ter segurança material (efêmera, que no balanço das horas tudo pode mudar, rapidamente); não adianta ter um relacionamento afetivo (porque as pessoas vêm e vão...); não adianta ter amigos e família estruturada (porque eles também estão sujeitos aos altos e baixos da vida); e não adianta querer ter o controle da vida, porque a vida é, absolutamente, incontrolável!

A segurança deve estar dentro de nós. Não é a segurança de que seremos capazes de modelar as pessoas e situações de acordo com nossas pequenas vontades. Mas a capacidade de enxergar que a prosperidade está dentro e não fora de nós. A confiança de que se trilharmos o caminho com o coração, se seguirmos a nossa missão, os caminhos se abrirão, harmoniosamente... A certeza de que estamos aqui, não para sofrer, mas para aprender de forma tranquila, se soubermos ler os sinais que nos guiam pelos caminhos mais seguros.

O 10 de Ouros deve ser o castelo do nosso ser, construído com material sólido, mas sempre pronto para uma reforma e melhorias! ;-)

Como hoje é quinta-feira, dia regido por Júpiter, o grande benéfico, tenhamos a confiança de que algo também poderá acontecer para fortalecer as nossas perspectivas sobre o que construímos de bom neste mundo. A notícia boa é que também podemos contar com a sorte, que segundo os xamãs toltecas não é apenas obra do acaso, mas tem a ver diretamente com a quantidade de energia que possuímos.

Ótima quinta-feira para todos nós! :-)

A imagem veio daqui

3 comentários:

Juliana disse...

Uau... perfeita cada frase (ainda mais pra uma lindona dessa, que eu adoro!). É tão simples tudo isso né, Cacau, mas a gente esquece com tanta facilidade. Obrigada por lembrar num texto lindão como esse. :)

Gostei particularmente de "O 10 de Ouros deve ser o castelo do nosso ser, construído com material sólido, mas sempre pronto para uma reforma e melhorias!" rs... perfeita para visualizar a relação do arcano com a gente mesma. Mais uma que vai pro arquivinho! :)

Beijos e boa quinta!
Ju

Anônimo disse...

Segura na mão de Deus e vai!

Tudo pode ser perguntado ao Taro, qualquer coisa, o que nos faz estabelecer com Ele uma relação íntima, uma amizade e estabelecer um diálogo com um mestre, um amigo, com um oráculo, com uma inteligência abstrata que toma forma nas cartas, com nós mesmos.

Deu-me ganas de perguntar, e as pessoas perguntam tantas coisas ao Taro, especialmente sobre vida profissional e vida amorosa, que resolvi questioná-lo sobre um outro assunto mais filosófico, digamos assim, aproveitando que Ele, Taro ou Tarot, é, como já foi dito e escrito, uma máquina de imaginar, uma máquina viva de imagem e ação, de refletir a ação, de pensar a vida e os atos, de exorcismo da solidão pois há alguém para ser conversar. Sim, Ele, Tarot ou Taro, pode ser tantas coisas, tantos seres e continuar a sempre ser mistério.

Mas qual a pergunta?

Saber a pergunta e como perguntar é fundamental. A qualidade da pergunta é essencial. A própria pergunta deve ser fruto de uma reflexão profunda e não um mero perguntar, uma simples curiosidade, um elemento para matar o tempo, pois matar o tempo é matar a si mesmo, somos feitos da matéria do tempo, deste agora, deste momento presente onde assentamos todo o nosso viver.

Eis a pergunta: O que é segurança? O que te dá segurança? Em que bases você assenta a sua vida, o seu viver? No dinheiro? Na família? Nos seus pais? No seu trabalho? Em Deus? No amor da sua vida? Na força física? Na beleza? O que te faz sentir seguro?

Como podemos definir segurança neste sentido pessoal?

Resolvi perguntar isto ao Tarot e tirei quatro cartas, fiz o chamado jogo da cruz, jogo clássico, jogo de encruzilhada onde a primeira posição me representa, a segunda posição representa aquilo que não depende de mim, a terceira posição é a síntese das duas anteriores e a 4ª posição é a resposta.

Saíram as seguintes cartas: Mundo, Julgamento, Rei de Copas e 3 de Paus.

Anônimo disse...

Para mim a luz desta questão veio da carta ou do arcano do Julgamento, pois há uma série de palavras semelhantes que associo fortemente a este arcano: o inesperado, o imprevisível, o surpreendente. Lidar com o inesperado é a prova da segurança interior, da firmeza íntima, da estabilidade pessoal. Lidar com o esperado, o conhecido, o previsível é fácil, pois é a rotina, aquilo que já se sabe. Administrar o novo, o desconhecido, o impensável são outros quinhentos e exige verdadeiro poder interior, os fundamentos do ser precisam estar bem estabelecidos naquela hora em que a maioria diz: - Ai, minha mãezinha...

A outra carta de peso é o arcano maior do Mundo e este arcano pode ser resumido numa palavra: totalidade. Isto significa que a segurança não depende de um único fator, depende de um conjunto de fatores que envolve a totalidade do ser humano: saúde, riqueza, amor, cultura, espiritualidade, família, amizades, trabalho, sociedade, carma, sorte ou destino. Por lógica quanto mais recursos tivermos a nossa disposição para lidar com o imprevisto mais segurança teremos, ou seja, há um mix de fatores envolvendo a questão da segurança e este conjunto de fatores deve ser construído de forma equilibrada por cada um de nós frente aos eventos inesperados da vida.

E nisto o Tarot destaca para nós um personagem da corte: o Rei de Copas. Dentro do mix de fatores que constrói a segurança interior surge o representante real do coração, da emoção e do sentir. Claro, então, que o Tarot revela no fator emocional o fundamento da segurança, pois aqui estamos lidando com o sentir-se seguro, pois há pessoas que mesmo dentro do "quarto do pânico" ainda se sentirão ameaçadas. E o Tarot destaca o personagem masculino da corte indicando que é a nossa relação com o pai, uma relação afetiva real que nos transmite a idéia da segurança. O amor paterno real surge como o elemento emocional fundamental da segurança, da auto-estima, da firmeza interior. Como foi a nossa relação paterna? O pai é o protetor, no imaginário da criança o pai surge como uma figura de poder neste sentido. O Rei de Copas é o representante do Imperador na esfera emocional. A função psíquica do pai é a segurança afetiva, mas esta função não é exclusiva, até por que o sentir é uma esfera do feminino para além das diferenças de gênero. A figura do Rei de Copas é a figura do homem que consegue expressar o feminino, o carinho, afeto dentro da força que marca o homem.

Então, temos a última carta, o Três de Paus e ela parece confirmar que a segurança não está em lidar com o estabelecido e sim em lidar com as situações novas que surgem dentro do cotidiano, situações novas que brotam e nascem (três) do nosso agir (paus, fogo), ou seja, uma pessoa segura é capaz de provocar novas situações (Julgamento) e abrir novos caminhos (Mundo) porque é capaz de seguir um caminho com o coração (Rei de Copas).

A segurança é a capacidade de lidar com o novo e não de evitá-lo. Evitar o imprevisto é tornar-se prisioneiro de uma rotina sufocante. Pode se usar para isto muros, preconceitos, dogmas, velhos paradigmas, religião, casamento que são formas da falsa noção de segurança que foi estabelecida em nossa cultura do medo. Medo não é segurança, medo é o sintoma da insegurança interior. Segurança é coragem, pois a pessoa é segura o suficiente em si para agir, manifestar-se e realizar (Três de Paus) ao lidar com a vida sempre imprevista, por isto que para minimizar o imprevisto temos este outro recurso à mão: o Tarô, não apenas como método divinatório mas também e sobretudo como veículo do auto-conhecimento.

F.A.