Ainda em ciclo de Mundo, expandindo e indo além dos limites (especialmente os auto impostos), hoje recebemos a visita da Rainha de Copas, garantindo um encerramento de ano pacífico e amoroso. Precisamos! Merecemos!
Para falar sobre a Rainha de Copas, vou começar fazendo uma retrospectiva desde o começo de 2020, o ano em que fomos surpreendidos com um evento planetário que mais parecia um filme apocalíptico: a pandemia. Todos sofreram, de forma física, emocional e mental, mas preciso destacar o estado em que ficaram (ficamos) as pessoas com transtornos de ansiedade e/ou neurodivergentes. Quinze dias depois do começo oficial da pandemia no Brasil, fui obrigada a retornar ao trabalho presencial, sem EPIs, sem distanciamento, fazendo atendimento ao público, que entrava e saía sem máscara e sem a menor preocupação. As máscaras de tecido, que eu mesma precisei providenciar, pareciam muito pouco para garantir minha sobrevivência. Passei um ano sem poder visitar meus pais. Passei um ano em que tirei mais licenças médicas do que em toda a minha vida profissional até então. Sofri por mim, pela preocupação com meus pais, meu filho, meu marido, tantas pessoas queridas que eu queria ver em segurança. Dois mil e vinte foi o ano que morri e quando pensava que em 2021 não morreria mais, confesso, morri de novo. Se no ano anterior o medo era maior que as mortes, o começo de 2021 começou a mostrar na prática o pânico que acumulei na teoria.
Quando, finalmente, iniciamos 2022, já com 3 doses de vacina e com a pandemia mais controlada, respirei aliviada, pensando que voltaria a ter um pouco de paz depois de dois anos terríveis! Como sempre, ingênua... O governo federal e o governo municipal revezaram a tarefa de me atormentar, e se o primeiro acenava com absurdos ao longe, o segundo me torturou bem de perto e de formas muito práticas e diretas (seja tirando direitos anteriormente já adquiridos, seja deixando o salário atingir 40% de queda no poder de compra desde o concurso, seja em decisões diretas na rotina de trabalho). Com isso, ficou bem claro o quanto os dois anos de pandemia me deixaram fragilizada, exausta e totalmente sem esperança de conseguir alcançar aquela vida minimamente em paz.
Hoje, último dia de 2022, a Rainha de Copas tem muito a me oferecer (e espero que a você também): colo, compreensão, empatia, generosidade, amorosidade, aconchego e esperança. Aprendi cedo que a vida não era só alegria e diversão, mas também aprendi (um pouco mais tarde) que pecisaria cultivar o equilíbrio e a harmonia dentro de mim para poder lidar com tudo isso de uma forma mais saudável. Que possamos finalizar 2022, não com a certeza de que a partir de agora tudo está resolvido, mas com o alívio de que o pior já passou e que de agora em diante existe a chance de termos um pouco mais de alegria e esperança. A Rainha de Copas é a prova de que vale a pena amar e que vale a pena viver a vida a partir do príncipio do amor.
Que o sábado seja de puro amor! Feliz 2023 para mim, para você e para todos que amamos!
A imagem veio daqui
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O Curso do Destino é um mistério mesmo quando desvelado. É como o amor que se sente, nunca sabemos plenamente o que lhe deu origem. Fazer o próprio destino é estar consciente de seu próprio mistério, tal como agora, Via Tarot.