Bom dia! :-)
Inicio a postagem pedindo a atenção de vocês para um detalhe que não sei se todos repararam. Finalizamos a semana passada com duas cartas de Paus e iniciamos esta semana com mais uma carta de Paus. Mas não é só isso... No decorrer da semana, teremos mais duas cartas de Paus dando o ar da graça. Sempre que um naipe se repete de forma acentuada, é sinal de que o elemento correspondente (no caso, o fogo) está mais presente em nossos dias.
O fogo é o elemento primordial, que faz a conexão da matéria com o espírito, ele é a centelha divina, ele é a essência que anima o corpo, é a luz, o calor e o que transmuta também. Bem interessante que todos esses conceitos estejam presentes neste período que ronda o solstício de inverno ou ápice do inverno (a noite mais longa do ano), aka Yule, o sabath em que celebramos a chegada ao ápice da escuridão para que o deus-sol retorne, trazendo luz e calor.
Os solstícios não possuem data fixa. Neste ano, o solstício de inverno acontece hoje, dia 20/06, às 19h 34min. Um dia para se acendar o fogo, desde uma fogueira até uma vela, dependendo das possibilidades. Este é um dia em que fazemos o ritual de renovação, aproveitamos para nos desfazer de tudo que "não nos pertence mais", de tudo aquilo que foi acumulado em excesso e nos traz o peso, a sobrecarga (10 de Paus). Costumo iniciar sempre com a queima de objetos ou palavras escritas que representem o que está saindo da minha vida. Em seguida fazemos a saudação ao renascimento do deus-sol e a tudo de bom que vamos terminar de gestar dentro de nós para que se desenvolva e se apresente quando o sol estiver mais "firminho", no começo de agosto.
Para quem lê estas coisas, pode parecer loucura ou superstição, mas o ritual é um instrumento de sacralização. O sagrado existe nas coisas mais simples do nosso dia a dia: acordar, preparar o alimento, compartilhar com a família, cuidar da casa, dos filhos, trabalhar, interagir com amigos, estudar, aprender coisas novas... Mas se fizermos tudo isso de forma mecânica, tudo parecerá entediante, sem valor, comum. Quando estamos conectados com a Terra, aprendemos a gratidão. Quando temos a consciência de que somos seres espirituais vivendo em um corpo material, aprendemos o perdão. Quando celebramos cada momento da vida e as pessoas com quem nos relacionamos, aprendemos o amor.
Quando comecei a trilhar este caminho, que alguns chamam de bruxaria e eu prefiro chamar de caminho sagrado feminino, fui tomando consciência da importância de duas coisas: 1) a auto observação e o mergulho para dentro, pois as respostas estão sempre dentro 2) a interação e a conexão com a Natureza, que é a expressão do Divino sem a interferência humana. Quando encontrei minha bruxa-mestra, a saudosa Dóris, aprendi a importância de tornar sagrado cada ato, mesmo os mais corriqueiros. E mesmo que não consiga fazer exatamente assim o tempo todo, esta é a minha meta de vida.
O 10 de Paus vem aqui hoje nos mostrar que o peso do ciclo anterior chegou ao seu ápice e que a noite escura (da alma e do clima) não cresce mais, ao contrário, começa a dar espaço para a luz, para o dia. Ainda teremos um pouco mais de frio e escuro até o final de julho? Sim... Mas o sol, lentamente, vai retomando o seu espaço. Neste momento, vamos procurar tornar a caminhada mais leve, vamos depositar na fogueira (metafórica ou literal) tudo aquilo que tem que ficar para trás. Há um novo caminho a ser percorrido e ele nasce hoje.
Feliz solstício de inverno para todos nós!
A imagem veio daqui
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O Curso do Destino é um mistério mesmo quando desvelado. É como o amor que se sente, nunca sabemos plenamente o que lhe deu origem. Fazer o próprio destino é estar consciente de seu próprio mistério, tal como agora, Via Tarot.