quarta-feira, 20 de março de 2013

4 de Copas

Bom dia! :-)

Pois bem, para quem não simpatiza com o 4 de Copas, sinto informar que ele voltou...rs

Posso falar da minha relação pessoal com esta carta, que - graças aos deuses - é muito boa. Percebo que quando ela surge para mim, normalmente, vem junto com uma sensação de tranquilidade emocional, estabilidade e reflexão sobre questões ligadas aos "quereres". Então, não chega a ser um conflito... Mas somente uma análise interior sobre o que eu realmente quero para mim, para a minha vida.

Alguns estudiosos do tarot falam que este é um Arcano de satisfação emocional, segurança, relacionamentos estáveis. Já outros vêem nesta carta um certo tédio, uma situação estagnada. Eu gosto muito de observar todas as visões relativas ao tarot, porque elas são a prova de que não existe uma verdade absoluta, mas diferentes formas de olhar a mesma situação... Diria até que as situações se tornam diferentes em função do olhar de cada um. Isso dá pano pra manga e horas de filosofia! Inclusive dá para chegar a conclusão de que não existe um mundo, mas tantos mundos quantos são os habitantes do planeta.

Por isso que eu sempre falo que não faz muito sentido palpitar em um jogo alheio, opinar sobre as cartas que alguém abriu para si ou para outra pessoa, porque aquelas cartas são um recado pessoal e intransferível para quem abriu o jogo. O tarot possui esta estranha e própria inteligência, essa particular forma de se comunicar com quem pergunta.

Pensando nisso, o tema para reflexão de hoje, quarta-feira da comunicação, sob regência mercuriana, é: consigo compreender o que me toca emocionalmente e, a partir disso, consigo expressar plenamente os meus sentimentos?

Porque é comum que as pessoas sintam algo em nível consciente, mas sintam outra coisa lá no inconsciente. E na hora de expressar seus sentimentos, acabe comunicando uma terceira coisa, totalmente diferente das duas anteriores. Um exemplo: conscientemente alguém acredita que gosta de fazer amizades, inconscientemente esta pessoa guarda mágoas sobre antigas amizades e na hora de se expressar, pareça ser alguém que sempre prefere a solidão. Quais dessas três "verdades" é a real? Podemos dizer que as três... Ou podemos dizer que é uma só: temos aí alguém que desistiu de procurar verdadeiras amizades, mas espera um dia ser "surpreendida pela vida".

Outra questão que costuma vir à tona com o 4 de Copas, provavelmente em função do Tarô Mitológico, um dos mais tradicionais tarots que conhecemos, é a inveja. É o momento em que as irmãs invejosas de Psiquê conspiram contra ela, criando uma situação de conflito e desconfiança em relação a Eros. É interessante pensar que já existia nos primordios da mitologia grega uma situação tão comum nos dias de hoje que é este grande desconforto que um relacionamento afetivo feliz pode causar nas pessoas que não o vivenciam. Eu diria que a inveja da felicidade no amor está para as mulheres assim como a inveja do sucesso profissional está para os homens. São, tradicionalmente, os temas que geram maior desejo para ambos os sexos, respectivamente.

Podemos refletir que a inveja existe onde há mais desejo. E podemos concluir que o que diz o Budismo - a causa do sofrimento está no desejo - faz muito, muito sentido. Mas não falamos aqui do desejo natural que crescer, evoluir, se desenvolver como ser humano, o desejo a que se refere o Budismo é de outro tipo. Para compreender melhor isso, temos que entender que a palavra usada em sua origem tem um significado diferente da palavra "desejo" que usamos na língua portuguesa. O Budismo se refere aos desejos negativos, desejos de dominar os outros, de cobiça por bens materiais, de exacerbação do ego através de excessos, de orgulho.

Sobre esse tema, o filósofo Luiz Filipe Pondé tem uma visão muito interessante, que pode ser vista no vídeo abaixo. Com o senso de humor e inteligência podemos ter mais um bom tema para reflexão. Espero que gostem...

Ótima quarta-feira para todos nós, com equilíbrio emocional e bem longe das invejas... :-)

A imagem veio daqui




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O Curso do Destino é um mistério mesmo quando desvelado. É como o amor que se sente, nunca sabemos plenamente o que lhe deu origem. Fazer o próprio destino é estar consciente de seu próprio mistério, tal como agora, Via Tarot.